terça-feira, 26 de novembro de 2013

Minha Vida

Sempre me habituei a escrever textos melancólicos, meio tristes... Foi sempre nessas alturas que pareceu mais fácil, mais forte! Foi sempre nessas alturas que mais precisei, por força da tristeza, da desilusão, da incerteza, da solidão. De repente, tudo à minha volta mudou, a vida mudou e os olhos que a vêem também. Hoje sou, muito para além de mais feliz, mais tranquila, mais completa, mais eu! Encontrei-me no mesmo dia em que o encontrei. No mesmo instante! E o dia em que o encontrei, desenganem-se, não foi o dia em que o conheci. Foi o dia em que me dei a conhecer...em que ele se deu a conhecer! Quebrámos as barreiras sem nos tocarmos muito mais do que o "acidental" e o "ao de leve". Quando dei por mim, ele já estava embrenhado na minha roupa, no meu cabelo, no meu toque e no meu cheiro. Daí a sermos um, apenas de mãos dadas, foi um piscar de olhos! Passam-se os meses e continuo a deliciar-me com o primeiro sorriso do dia. Aquele sorriso que, antes mesmo de abrir os olhos, ele me dá, imediatamente antes de me agarrar e me puxar para ele. É assim que mais gosto de estar. Fico a sentir os milímetros todos da minha pele a tocar na dele, dentro daquele abraço, sem me mexer até que seja completamente inevitável! O dia passa e sorrio a cada mensagem, sempre mais doce que a anterior, à espera da hora em que ele volta para casa, onde o espero. À espera, porque ele chega e traz com ele o maior amor do mundo! E, quando ele entra, fica aquele cheiro doce no ar, por onde passa. O cheiro dele é o meu favorito! Podia ficar horas a inalar o aroma que vem dele e que fica em mim! Horas! Sem me cansar... Quando ele chega, vem SEMPRE com aquele sorriso de quem está feliz por estar em casa...e "casa", para ele, é onde eu estou. Pois é, vivo em lua-de-mel constante. Sem pressas, sem anseios mais que não sejam o de estarmos juntos. E é tudo perfeito! É perfeito o meu cabelo desgrenhado, de manhã, a azáfama do fim de semana para deixar tudo num brinco...porque é o nosso ninho e quero sempre, para ele, o melhor. É perfeita a chávena de chocolate que ficou na sala, junto ao sofá, na noite anterior. Faz-me sempre revê-lo a beber a bebida dele, para aquecer, antes de nos deitarmos... É perfeita a loiça suja, do jantar que ele preparou para nós, diferente de todas as outras e melhor, muito melhor porque, como ele diz, teve o amor como ingrediente. Hoje já não sou metade e nem lhe entreguei metade de mim! Sou inteira, sou completa e sou dele assim, porque me tem toda...e não saberia ser de outro jeito. É tão fácil, com ele! As dores acalmam, o nervoso miudinho e as neuras desaparecem (ou ele faz-me crer que sim), a vida é fácil. E é a ele que o devo! Sem dúvidas, sem receios, entregamo-nos um ao outro para sempre. Porque, hoje sei, o amor é isto, é entrega, é doçura, é partilha e conquista...não é sacrifício, nem dói! E não me digam, nunca, o contrário, porque é assim o meu amor! O nosso amor! E esta é a única definição que quero, na minha vida!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Estrutura ou Fachada?

"Vamos lá ver se nos entendemos: ou bem que tentamos manter a estrutura, ou bem que tentamos manter a fachada"... Acho que é mais ou menos o que a minha mente projecta, de manhã, ao espelho. À força de tanta indecisão, à força de tanta tentativa de provar que é possível trabalhar ambas sem que nenhuma perca, perdem-se as estribeiras e desabam ambas. Triste, mas verdade! Que o homem da nossa vida, "aquele que aparece quando menos se espera, que nos vai amar de manhã com o cabelo desgrenhado, à noite com o rimel meio borrado e durante o almoço no restaurante chique, com a melhor roupa, maquilhagem, unhas e cabelo a combinar com o melhor sorriso, da mesma maneira" nos possa ver desabar é uma coisa...que TODA a gente tenha que nos ver assim é uma história completamente diferente e que, muito honestamente, não sei se me apetece ler! Portanto, plano B: enfiar-me em casa, deitada na cama, com aquele aspecto de quem andou de saltos altos a correr em calçada fugindo da chuva, sem ver ninguém? Não me parece que resulte... E, no entanto, não há nada que me apeteça mais! É que, vamos lá combinar, enough is enough! Agora há mesmo que decidir qual delas manter intacta, a olho nú, pelo menos: a estrutura ou a fachada? Dava-me jeito que isto funcionasse ao estilo "Quem quer ser milionário?", em que escolhemos umas ajudas, e tal...e a coisa até parece simplificar. Ao que parece, por obra do(s) Deus(es), ou de quem quer que seja, não está disponível a opção. Acho que estou a sofrer da crise dos 26...também não existe? Bolas, começo a ficar sem opções e ocorre-me que posso ser só...maluquinha, vá! Se mantenho a estrutra e me desleixo na fachada...a estrutura não me vai valer de muito, a julgar pelas intervenções de choque de que está a precisar, a fachada não vai ficar so gasta, vai cair aos bocadinhos; Se mantenho a fachada...bem, não há fachada que se aguente se a estrutura for toda abaixo...ou estou enganada? Podemos ir por partes? Isso, por favor! Acho que preciso quase tanto de férias como de um trabalho! Irra, sou complicada até para mim! Preciso tanto de estar sozinha, de me afastar do magnetismo de estar apaixonada...que só me apetece apaixonar-me! Levanto-me de manhã, todos os dias igual: o mesmo corpo, o mesmo rosto, os mesmos olhos, o mesmo nariz arrebitado...enfim: eu mesma! E, no entanto, ainda estou a descobrir se terá alguma coisa a ver com os dias pares e impares, acordo um dia a adorar-me e no seguinte a odiar-me! Sim, por favor, mandem vir os sedativos....a minha sanidade mental já teve melhores dias! Ora bem, vejamos então, já que o dilema continua o mesmo...Estrutura ou fachada?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Um amor, cinco vidas!

Nunca sabemos quando um olhar nos pode trair ou mudar a nossa vida para sempre. Quando pode ser a nossa inspiração, o nosso consolo ou o quebrar do nosso coração em mil pedaços de um segundo para o outro. Mas toda a gente sabe que, nalgum ponto da vida, nos cruzamos com olhares destes. É inquestionável, é tomado como natural. O raro, o inacreditável, o MILAGROSO...é quando cinco olhares conseguem cruzar-se simultâneamente, ler o que todos gritam e gritá-lo com eles, em uníssono. Quando o dito milagre acontece, é para sempre, é eterno, por muito que "a vida mude os nossos sentidos e o mundo nos leve p'ra longe de nós e que um dia o tempo pareça perdido e tudo se desfaça num gesto só". E quando acontece, sabemos que tudo o que possamos dizer acerca disso é dito por todos. Falamos em coro, sentimos em coro. A perfeição não é algo que possa ser descrito ou explicado. É algo que dificilmente pode ser considerado real. Na minha opinião, a única razão porque é tão utópica é por ser tão relativa. A minha perfeição não será perfeita para mais ninguém. Mas quando o milagre acontece, a perfeição passa a ser absoluta, uma só. Foi muito rápido porque estava pré-destinado. Mil e uma forças conjuraram para que nos uníssemos... Surgiu, primeiro, uma definição só nossa com entendimento alheio impossível. Depois o "slogan"...a forma mais simples de explicarmos ao mundo o significado do que somos. La Família: um amor, cinco vidas O tempo encarregou-se do resto, como sempre na vida: primeiro, mostrou-nos o caminho para chegar ao coração uns dos outros; depois ensinou-nos a falar pelo olhar, pelos sorrisos, pelo toque, pelas gargalhadas e pelas lágrimas. O nosso próprio dialecto tinha sido criado. A seguir, ensinou-nos a ser, cada um à sua maneira, indispensáveis na vida dos restantes...e depois, invariavelmente, trouxe o afastamento. Cada um de sua forma, cada um com seus motivos. O tempo, sempre o tempo... A inexperiência, a nossa inexperiência em lidar com a nossa própria separação dificultou o encontro com o caminho que nós próprios havíamos traçado. Mas, felizmente, La Família não é algo que se diga em vão e muito menos que se construa em vão. Descobri que o meu coração experimentou novamente a sensação de estar completo quando nos reunimos novamente. Não sei explicar, mas sei que me vão entender. Estar longe fisicamente faz me sentir a angustia que vocês sentem. À noite, quando me deito e o sono não vem, penso nas nossas sessões de cinema. Quando oiço qualquer musica encontro um pedacinho de vocês, um pedacinho de cada um e do que são comigo. Mas sobretudo, acima de qualquer coisa, quando o coração aperta desejo tele transportar-me para aquele que foi sempre o meu refúgio: o vosso colo. Quando a minha vida de desmoronou, quando não parecia ter onde me agarrar, surgiu esta família, aquela que, acima de eu ter escolhido, me escolheu. E por vossa causa, pude sentir-me tudo aquilo que vocês vêem em mim, que é tanto, em tão grande escala... Fecho os olhos e vejo a Luísa entrar em casa, ao fim de um dia de trabalho e abrir-se num sorriso ao cruzar o olhar comigo. Vejo os olhos da Andreia inundarem-se de tão sensível, só com um abraço. Vejo a Su abrir o coração aos poucos e fazer-me sentir orgulhosa por fazer parte disso...e vejo o menino da casa, que mimamos com orgulho rir-se com vontade, com a vontade que não teve durante tempo demais. Por mais anos que possa viver, nunca vou esquecer o impulso que deram aos meus dias, o quanto fui e sou feliz quando estamos juntos... Sinto um aperto no peito quando chega o momento da despedida...que vem sempre cedo demais, vezes demais...e sei que vocês também. Têm que sentir, porque um pedaço de vocês vem comigo! Ninguém, por mais que queira, pode entender aquilo que nos une. É um vinculo quase imperceptível a olho nu...mas tão forte que, por mais que a distância vá sendo cada vez maior, não parte nunca! Fazer parte de uma ligação destas é mais do que normalmente se diz ser uma honra... Sinto falta da nossa cumplicidade quando não estou com vocês e, por mais que queira, é-me dificil transpor a verdadeira essência do que SOMOS para mim... Gostava que se pudessem ver pelos meus olhos...tenho a certeza do espanto que seria verem os pormenores que me assaltam na vossa ausência! Como se fossemos feitos do material dos filmes antigos...em câmara lenta, em sépia e, ainda assim, cheios de côr! Sinto o coração a ribombar no peito... Agora, a família tem um membro novo! Aquele que será um pouquinho de cada um de nós, como se o gerássemos em conjunto. Partilhamos o medo, a ternura, o amor, as emoções, as esperanças. É o laço que faltava para perdurar até ao fim dos tempos. Chamem-me romântica, idealista ou até utópica. Mas tenho a certeza de que, daqui a muitos anos, grisalhos e de lágrima no canto do olho, juntos ou um em cada ponta do mundo, havemos de olhar para a mesma estrela, abraçar todos os momentos num só e sorrir por sermos parte do que será, hoje e sempre, o NOSSO MILAGRE!